quinta-feira, 19 de maio de 2011

Tudo se dissolve no ar

Cissa de Oliveira


Já faz um tempinho que as minhas palavras e pensamentos se dissolvem por aí, sem que eu os organize para publicação aqui no “Casa de Pano”. Pura falta de tempo, eu venho dizendo, essa desculpa nada original que costumamos reproduzir frente às mais variadas situações.

E “Casa de Pano”, por que Casa de Pano? Muitos já perguntaram. Eu vou contar. Em 2004, ao visitar a Bienal das Artes de São Paulo eu me deparei, literalmente, com uma casa de pano no meio do pavilhão. A casa, composta por dois cômodos, uma espécie de varanda, teto, chão, etc, possuía um diferencial: Versos pelas paredes. Lindo, não é? E foi considerando que não posso escrever versos pelas paredes da minha casa - ao menos não literalmente -, que na hora de nomear este blogue eu escolhi “Casa de Pano”.

E eu tive sim, TEMPO para publicar, até porque possuo textos inéditos. É verdade que eu gosto deles cada vez menos, saberá Jesus o porquê, eu não. Ou sei, pronto; e já que hoje é o dia de polir pequenas desculpas, eu gosto menos dos meus textos antigos porque em muitos deles “aquela” discussão já não é a minha.

Por sorte, entre uma inspiração nova e outra, vou publicando aqui outros autores, porque estes sim, sempre interessantes, quase em consonância com Carlos Drummond de Andrade (1902-1987): “as palavras não nascem amarradas, elas saltam, se beijam, se dissolvem”.

Dizem que tudo se dissolve no ar. Não sei; sei apenas que toda palavra tem direito à sua caminha de silêncio.

Cissa de Oliveira

Um comentário:

  1. Parecem até palavras minhas!...
    Tenho tantos textos inéditos que "no los puedo contar", mas que acho intragáveis sempre que os releio! No entanto, não me atrevo a jogá-los no lixo...

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