Cissa de Oliveira
Eu gostava de ler bulas. Estranhavam, pois incomum a uma criança. Deparava-me com elas, chegando mesmo a procurá-las pelas caixas de medicamentos há muito utilizados pelas pessoas da família. Teria sido fácil descartá-las, teria.
O fato é que sempre fui avessa aos remédios, por mais inócuos. – Ora, ora, remédio inócuo? Ou será que essa categoria até já existe, e acompanhada de extensa e interessante bula, que Saúde sempre foi mesmo um negócio da China.
A leitura das bulas. Era bom saber como as coisas se davam naquele universo nada lúdico, mas que a mim se configurava como tal. E se por um lado, na prática, ler bulas não me servisse de nada, por outro, quem disse que o descobrimento só acontece se rodeado de protocolos? Nem mesmo era conhecimento o que eu procurava, já que movida tão só pela curiosidade, mas descobria coisas, e assim aprendia.
O hábito das bulas veio antes do hábito dos livros. Na adolescência, já assinante e compradora assídua no “Círculo do Livro”, não havia, no entanto, deixado as benditas bulas de lado. Isso até hoje; muito embora agora eu cada vez mais as leia por necessidade. Outro dia... saberiam eles? Explico-me: Perguntaram numa drogaria se eu gostaria de ter um cartão de lá. ¿Que se passa?
Ora bulas, se antigamente eu as procurava, agora elas buscam por mim como velhas amigas? Embora, considerando-se o tamanho das letricas (ou será que os meus olhos é que deram de implicar com as letras?), parecem mesmo querer brincar de esconde-esconde, o que então me é conveniente. Ainda ontem fiz que não vi uma...
Cissa de Oliveira
Oi Cissa!
ResponderExcluirNesse campo, eu continuo igualzinho ao que era em criança: Detesto remédios, Têm de brigar comigo para os tomar e nem pensar em ler bulas!
Bj