domingo, 5 de junho de 2011

Uma dupla muito interessante

Cissa de Oliveira


A primeira vez que eu ouvi a Maria Gadú foi num programa de televisão. Ali, uma cantora dona de um tipo de voz que dispensa todos os instrumentos. Santo Deus dos ouvintes já pouco crentes, o que era aquilo?

Há pouco eu soube da parceria dela com o Caetano Veloso, e isso me alegrou profundamente. O Caetano merece. Vejam que eu nem disse “a Maria Gadú merece”. É que ele já provou que a que veio faz tempo. Artista e pessoa extradinária, encontrará em Maria Gadú mais do que uma companheira na música; ela será a água renovadora da poesia dele. Fôlego pra isso e muito mais a moça tem. A diferença de idade ou de gerações não quer dizer nada, tanto porque ela compõe desde os 10 anos, quanto porque é dona de uma maturidade que não dá para esconder. O público tem instinto para essas coisas, e pelo jeito adorou, haja vista as manifestações de carinho que a dupla tem recebido.

Recentemente o Caetano disse "…da primeira vez que a vi, ela parecia um moleque de favela 'movie'; um garotinho com voz de princesa...”. Pois é, dentre o joio há muito trigo; por isso de vez em quando somos brindados com o surgimento de artistas da maior qualidade. Artistas que não precisam ser vendidos, promovidos, enlatados, engarrafados, sei lá que diabo a quatro, apenas para vender, vender.

Caetano Veloso e Maria Gadú, uma dupla muito interessante. Nela, ambos saem ganhando, mas quem ganha mesmo, no final, somos nós, apreciadores da boa música brasileira, muitos já saudosos de uma Alegria, alegria que, há tempos, alcançávamos só pelo retrovisor.

Um comentário:

  1. Citei Cae no meu ultimo post, depois de rever, ad nauseam, um VT que gravei do ar há muitos anos. Musica a Peter Gast, "O hóspede do Profeta"; Trabalho lindo, resultado da admiração de Cae por Nietzsche.

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