quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Modelo antigo e modelo novo

Cissa de Oliveira

Se você tivesse um vizinho, uma vizinha “modelo antigo”, daquele que não sai do portão, ou da janela ou calçada, só bisbilhotando, isso o incomodaria? Não diga! Porque a mim, mais 99,9% de possíveis inquiridos também! Nesses casos chega o momento em que o jeito é sair na dianteira; bisbilhotar antes, verificando se o tal está a postos bem na hora que se está saindo, ou então, consciente de tudo, dar uma banana pra situação e fui!

Mas isso era antigamente, certo? Mais ou menos... Porque como todo “modelo" que se preze, o antigo foi atualizado. E sabe quem é o seu vizinho bisbilhoteiro “modelo novo”? Aquele conhecido, ou conhecido dos seus conhecidos das redes sociais. Redes sociais podem ser ótimas, se bem utilizadas. No facebook, a própria rede tem mecanismos que sugerem novos amigos, considerando entre outras possibilidades o fato deste possuir amigos em comum com você.

Mas sabe aquela amiga, ou parente que jogou na “rede” todas as fotos do churrasco que vocês fizeram no feriadão? Foi bom. É, mas se tivessem lhe perguntado quanto às imagens, talvez você não colocasse aquela foto bebendo cerveja... nem aquela outra usando shorts. E aquela outra, de pijama, que seu filho cismou de acrescentar no álbum? Pois se você não sai de pijama no portão, como vai ganhar o mundo trajando um?

Tanta “diversidade de informação” faz estrago equivalente a uma exposição indesejada frente ao “modelo antigo” que espreita. Hora de pensar num jeitinho? Lembra do “fui”! lá do primeiro parágrafo? Pois é, ele pode ser usado nas mais diversas situações. Ah, e vai tranquilo, porque a “rede” armazena suas informações e assim, voltar é um clique.

O lado sombrio das redes sociais, aquele que de vez em quando se destaca pelo noticiário, fruto do excesso de exposição (informações, fotos) também deve ser considerado. Você sabia que uma foto a partir de um celular, postada nessas redes sociais pode servir de base para pessoas mal intencionadas rastrearem sua localização? Está no jornal dessa semana.

É incontestável que o ambiente virtual reproduz com fidelidade o mundo real. Falta-nos ainda uma “educação digital” que nos permita saber lidar com tantas possibilidades, e além disso tendemos a nos sentir seguros desse outro lado da tela. Ah, que saudade da dona Chiquinha, lá da casa de portão baixinho, do outro lado da rua... mas essa por certo já levou uma rasteira do tempo, esse senhor que passa indiferente a todo e qualquer modelo.


Cissa de Oliveira

4 comentários:

  1. Não digo que facebook é bom, porque é raríssimo lá ir! Agora ainda menos, porque a firma instalou meios para impedir o seu acesso aqui dentro. Expor a vida numa rede social não é de fato muito inteligente; Entrar no Facebook para usar brain damagers do tipo Farmville, é o fim da picada!

    Resta, para justificar a continuidade (na sombra), a facilidade para eventualmente encontrarmos e localizarmos pessoas das quais perdemos o rastro

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  2. Olá, querida amiga! Boa informação, num belíssimo texto. Bisbilhotar mais evoluído de consequências graves. Eu ignorava. Obrigada pela informação.
    Bjito amigo e uma flor.

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  3. Parabéns! Modelo antigo e modelo novo - nota 10!
    bj

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  4. Muito bom o texto,adorei...é nossa realidade...o mundo virtual!
    bjs
    Cidinha

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